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22 julho 2016

Os 20 e tantos


Quando a gente entra na fase dos 20 e POUCOS é como se o produtor da nossa vida acelerasse tudo, como naquele episódio do Chapolin e o vampiro, em que ele adianta as horas no relógio de cuco para o dia amanhecer. Dias, meses e anos passam em um ritmo rápido demais, fazendo com que a gente passe a correr também para tentar acompanhar. A gente faz curso, workshop, academia (tenta), inglês, planos e trabalha como um louco. No meio da correria dos 20 e poucos, também existe uma busca e insatisfação que nunca cessa e a gente está sempre procurando alguma coisa, procurando ter, procurando ganhar, procurando.

Mas aí a gente chega nos 20 e TANTOS e, porra, quanta coisa muda! O jeito como a gente enxerga a vida, principalmente. O tempo continua correndo, é verdade, mas a gente se vê mais próximo dos 30 e vai perdendo a pressa. Vai entendendo que as respostas estão dentro da gente mesmo, mas que é preciso parar para ouvir com atenção. É preciso parar. A gente percebe que o universo dá o que a gente busca, então se você não sabe o que está procurando, cara, não vai poder reclamar se ele te der qualquer coisa (ou nada).

Nos 20 e tantos anos a gente aprende que autoconhecimento é uma das coisas mais importantes que podemos ter e isso nos leva a crescer em tantas direções na vida que é impossível mensurar. A gente começa a enxergar o sofrimento mais como uma espécie de intervalo entre coisas boas, deixando de se martirizar tanto por tudo e passando a apreciar mais a paisagem. A gente passa a dar mais valor para família, a reconhecer o que os outros fazem pela gente e a entender aquela história de que só consegue ter uma vida leve quem é capaz de eliminar a mágoa do coração.

Estando mais perto dos 30, a gente percebe que quase tudo é melhor com alguém do nosso lado, mas deixa de querer muitos ao redor porque quer ser feliz apenas com os de sempre, aquelas pessoas de luz que te iluminam mesmo quando a vida está um nublado só. A gente passa a entender que mais importante do que a duração das coisas é a profundidade delas, por isso passa a compreender que existem amores que podem durar para sempre mesmo que terminem e que outros podem durar só uma noite e serem igualmente incríveis (mesmo!).

A gente se educa para ser mais tolerante, para ser mais otimista e para perceber que existem dois caminhos para tudo, mas que optar pelo mais difícil deles pode ser escolher aquele que vai trazer a melhor paisagem. A gente aprende que realizar sonhos dá sim um trabalho do cacete, mas não é impossível. A gente passa a encarar o ditado do “cair sete vezes e levantar oito” como uma das maiores verdades absolutas da vida, mas chega à conclusão de que, às vezes, a única solução é tomar um belo porre (HAHAHA).

E hoje, completando 28 anos (!), posso dizer que os meus 20 e tantos estão cheios de aprendizados e momentos incríveis, em que cada experiência que eu vivo – da mais simples até a mais fodástica –, se transforma num pedacinho de quem eu sou (to cheia de pixels!). Nesse ano, em especial, eu descobri que lar é onde o nosso coração está e que distância nenhuma te separa dos seus, porque amor é uma das poucas coisas na vida que você pode colher o quanto quiser da fonte que ele continua brotando. Por isso, hoje só tenho a agradecer a minha família, aos meus amigos e a todos aqueles que importam para mim e estão do meu lado sempre (separados por oceanos ou não). Porque se eu tivesse que dar um conselho para a Agatha baixinha lá da infância, eu diria “Se entregue verdadeiramente em tudo o que fizer e seja você mesma, sempre!”, pois lá na frente ela vai sentir um orgulho danado dessa estrada toda e vai descobrir com um sorriso no rosto que as melhores coisas da vida, como a gente sempre suspeitava, não são coisas.
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20 março 2016

Um desastre perfeito

Pareciam completamente diferentes, mas as brigas eram exatamente por serem tão iguais. O encontro entre um furacão e um vulcão, por assim dizer. Dois desastres naturais apaixonados, que acharam a felicidade bem ali, entre lavas e redemoinhos. Se num segundo discutiam, no outro estavam na cama. Tudo o que viviam era intenso, sentido na pele. Mas, ao mesmo tempo, era essa explosão de sentimentos que os trazia paz. Eram as faíscas do abraço, o choque do beijo, o calor das mãos. Eram as mensagens que o corpo e a mente enviavam, a todo instante, dando a certeza de que não havia outra pessoa no mundo com quem eles queriam estar.


A perfect disaster 
They seemed to be totally different, but the fights were exactly because they were so alike. The meeting between a hurricane and a volcano, so to speak. Two passionate natural disasters, which found happiness right there, between eruptions and swirls. If in a second they argued, the next minute they were in bed. All that they lived was intense, feeling by skin. But at the same time, it was that explosion of feelings that brought them peace. The sparks of the hug, the shock of the kiss, the warmth of the hands were the messages that body and mind sent, every moment, giving them the certainly that there was no other person in the world that they wanted to be with.
 

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