Sentir saudade de quem se ama é um bicho que consome. Que vai crescendo dentro do peito sem você perceber. Dia a dia ele toma espaço, se desenvolvendo conforme aumentam as milhas entre um coração e outro. Implanta lembranças e te faz reviver momentos em qualquer lugar, em que tudo o que você vive parece ter uma ligação com quem você queria estar. Até que você sente que esse sentimento já está presente em cada pedaço seu. Até que você ouve seu corpo inteiro gritar a falta que a outra pessoa faz.
E com a mesma intensidade que te traz um sorriso por lembrar das coisas que vocês viveram, a saudade é um parasita que te arrebenta com a dor intensa da ausência. Faz doer partes que você acreditava nem serem possíveis de sentir, da pele ao fio de cabelo. Faz você sentir um vazio que nada do que você coma é capaz de preencher. Você e a distância viram inimigos mortais e você começa a travar uma luta interna para aguentar as pontas e não largar tudo pelo único antibiótico que conhece: voltar para o seu amor.
Mas quando não há nada que se possa fazer, é preciso aprender a conviver com esse sentimento. Conversar baixinho com ele, explicar o quanto dói. Dizer que ele não precisa ir embora se vocês puderem viver em paz enquanto você estiver longe. Mas a saudade é como uma criança mimada. Você vai conseguir ter seus momentos tranquilos enquanto ela estiver dormindo, mas vai ter que se preparar para as birras esporádicas...pequenas e grandes manhas que vão arrancar muitas lágrimas até a sua volta.
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