Mãos
Andavam de mãos dadas pela rua. Gostavam daquilo. Sentiam a pele um do outro. Um gesto simples, que ligava os dois. Brincavam de não soltar as mãos por nada e ele, vez ou outra, beliscava a dela por um beijo. Será que um dia essas mãos receberiam uma aliança, pensou ela. E ele, sem saber da dúvida, respondeu para si mesmo: queria segurar aquela mão pela eternidade.
Olhos de amor
Via amor em tudo. Nas placas, no trânsito, no metrô, nas pessoas. Tinha virado um ímã de casais apaixonados e tudo o que girava à sua volta parecia estar em um eterno romance. Na TV, filmes clichês provavam que o amor ainda estava em alta. No telefone, a surpresa de uma voz encheu o coração de alegria. E então percebeu. O amor não estava lá fora. O amor estava ali dentro.
Memórias
Fotos, cartões, embalagens de bombons. Olhava para os pedaços de memórias e via os momentos voltarem à tona. Apertou uma carta junto ao peito e os sentimentos mais profundos de saudade fizeram lágrimas escorrer pelo rosto. Sentia falta dos sorrisos, das brincadeiras, dos filmes no colchão. Sentia falta do carinho. Sentia falta até das brigas. Sentia falta dele.
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